O resultado das eleições presidenciais argentinas, que levaram à vitória de Javier Milei, pode ter um impacto negativo nas relações comerciais entre o Brasil e a Argentina, com reflexos no setor agropecuário.
Milei é um político de extrema direita, com posições polêmicas sobre temas como meio ambiente, direitos trabalhistas e relações internacionais. Ele já declarou que pretende reduzir a participação do Estado na economia, o que pode afetar as políticas de apoio ao agronegócio.
Além disso, Milei é um crítico do Mercosul, o que pode dificultar a negociação de acordos comerciais entre o Brasil e a Argentina. Isso poderia prejudicar as exportações brasileiras de commodities agrícolas, que são um dos principais motores da economia brasileira.
No ano passado, a Argentina foi o 18º parceiro comercial do agronegócio brasileiro, com aquisições de US$ 1,86 bilhão. A redução das exportações para a Argentina poderia representar uma perda significativa de receita para o setor.
O governo brasileiro já manifestou preocupação com a vitória de Milei. O ministro da Agricultura, Marcos Montes, afirmou que o Brasil está avaliando os possíveis impactos da eleição argentina.
“Estamos monitorando a situação e estamos abertos ao diálogo com o novo governo argentino”, disse Montes. “Queremos garantir que as relações comerciais entre os dois países continuem sendo favoráveis a ambos os lados.”
O setor agropecuário brasileiro também está preocupado com a eleição de Milei. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) emitiu uma nota em que manifesta “sua preocupação com as declarações do novo presidente argentino”.
“A ABPA espera que o novo governo argentino respeite o Mercosul e as relações comerciais com o Brasil”, diz a nota.
Ainda é cedo para dizer qual será o impacto real da eleição de Milei nas relações comerciais entre o Brasil e a Argentina. No entanto, o setor agropecuário brasileiro já está se preparando para uma possível redução das exportações para o país vizinho.